sexta-feira, 11 de março de 2011

QUESTÃO DO CONTESTADO

 

QUESTÃO DO CONTESTADO

No início da república, os limites entre os
 Estados ainda não estavam bem definidos.
Como as terras do contestado eram férteis,
contado com vários campos agrícolas, criações
e florestas, vários grupos tinham interesse em sua
posse.
De um lado estavam os habitantes da região,
também chamados posseiros porque, mesmo sem
serem os donos da terra, plantavam, criavam gado e
retiravam dela seu sustento. Eles tinham uma vida muito difícil, mas pelo menos conseguiam sobreviver.
Do outro lado, os latifundiários, ou seja, os donos de grandes lotes de terras, que exploravam a madeira ali existente. Eles não admitiam que os posseiros ficassem em suas propriedades e procuravam expulsá-los a todo custo, sempre com muita violência.
Desse modo, a Questão do Contestado não foi só de limites. Foi, acima de tudo, uma luta desigual entre posseiros e grandes proprietários de terras.

COMPANHIA LUMBER–E A ESTRADA DE FERRO SÃO PAULO–RIO GRANDE DO SUL

A situação ficou ainda pior quando uma empresa estrangeira, a Companhia Lumber, conseguiu autorização para retirar e vender a madeira daquela região.
As pequenas serrarias fecharam, já que competir com a Companhia Lumber era impossível. Com isso, os posseiros ficaram em condições ainda piores.
Além disso, com a construção da estrada de ferro São Paulo - Rio Grande do Sul, boa parte das terras da região do Contestado passou a pertencer à companhia construtora da estrada, provocando a expulsão dos que ali moravam e trabalhavam.
Os trabalhadores da ferrovia – desempregados e desocupados vindos dos grandes centros do país – foram muito maltratados durante o trabalho e, quando a construção acabou, ficaram sem ter o que fazer nem para onde ir.

O MONGE JOSÉ MARIA AGOSTINHO

Expulsos das terras em que viviam, desempregados, sem ter como se sustentar, os habitantes da região não viam saída para resolver sua situação. Foi assim que, na região do Contestado, começaram a surgir “milagreiros”, chamados de “monges”, que, através da religião, conseguiam unir os sertanejos na luta contra os donos das terras.
O primeiro deles foi o “monge” José Maria Agostinho – na verdade, um soldado desertor da polícia paranaense – que pregava um novo mundo sob a lei de Deus, onde não haveria desigualdade entre os homens.
Chefiados por José Maria, os sertanejos começaram a atacar as povoações vizinhas, tendo início uma verdadeira guerra na região.
José Maria morreu nos primeiros combates contra o exército, mas, depois dele, vieram outros falsos monges que continuaram a ter muita influência sobre os posseiros.

DERROTA FINAL

Foram mais de dois anos de lutas sangrentas. O exército que combateu o Contestado era profissional, enquanto os posseiros defendiam-se com paus e pedras.
A luta terminou em 1916, com a derrota dos posseiros. Na mesma época, também ficou resolvida a questão de limites entre o Paraná  e Santa Catarina. O então presidente do Brasil, Venceslau Brás, estabeleceu que o Contestado seria dividido em duas regiões, cabendo ao Paraná 20.000 km² e a Santa Catarina, 28.000 km².

A REVOLUÇÃO FEDERALISTA

            A proclamação da República não trouxe ao país um
período de paz. Havia muita agitação e discordância dentro do
próprio Partido Republicano.
            O motivo do grande descontentamento era o próprio
Marechal Deodoro, que governava de modo muito semelhante
ao de um imperador.
            Depois de dois anos de governo, Deodoro da Fonseca
acabou renunciando, isto é, abandonando a presidência, e em seu
lugar assumiu o vice-presidente, Marechal Floriano Peixoto.
            O governo de Floriano Peixoto também foi um período agitado. Em 1893, explodiu a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul. Os federalistas, chefiados por Silveira Martins, tinham por objetivo combater o governo de Floriano Peixoto. Eles queriam que o presidente governasse de uma forma menos centralizadora e que os Estados brasileiros  pudessem ter uma autonomia maior.
            Para defender o governo, havia os castilhistas, seguidores de Júlio de Castilhos.

O CERCO DA LAPA

            Os republicanos (florianistas, castilhistas também apelidados de ”pica-paus”), comandados pelo então coronel Antônio Ernesto Gomes Carneiro, obedecendo às ordens de Floriano Peixoto, tinham de impedir o avanço das tropas federalistas (“maragatos”) de Gumercindo Saraiva.
            Para isso, os republicanos ficaram concentrados na cidade da Lapa.
            Quando começaram os ataques dos federalistas, Gomes Carneiro defendeu a Lapa por 26 dias, até ser ferido em combate. Logo depois, no dia 9 de fevereiro, acabou morrendo.
            A cidade da Lapa, já sem forças para resistir, foi invadida pelos federalistas a 11 de fevereiro de 1894.

CURITIBA É INVADIDA

            Curitiba também não escapou do cerco dos federalistas.
            O então governador, Dr. Vicente Machado, e o General Pego fugiram de Curitiba, indo para São Paulo.
            Custódio de Melo invadiu Curitiba, que já estava abandonada, a 20 de janeiro de 1894.
            A capital do Paraná, naquele período, foi transferida para a cidade de Castro.
            Enquanto os federalistas ocupavam o Paraná, o Barão de Cerro Azul propôs a formação de uma junta, isto é, de um grupo de pessoas para governar, a fim de impedir roubos e abusos e de procurar manter a ordem pública.
            Mas nada disso aconteceu, pois forças de Floriano, também conhecidas por legalistas, marcharam para o Paraná, iniciando todo tipo de repressão aos federalistas e às pessoas simpáticas a essa causa.
            As tropas legalistas de Floriano acabaram vencendo. Elas inauguraram um período de traições e vinganças, resultando em muitas mortes, incluindo a do Barão do Cerro Azul e a de cinco companheiros seus.
            O Paraná ainda foi governado pelos legalistas até 1908 quando, devido a interesses políticos, legalistas e federalistas se uniram, apoiando a candidatura do Dr. Xavier da Silva, para governar o Estado pela terceira vez.
















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